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Criador de sonhos

Ele era apenas um criador de sonhos, na sua mente povoada de cenários e personagens desenrolavam-se histórias, momentos e ficções. Uma biblioteca cheia de pessoas inexistentes, de melodramas e fascinações. Esta era a forma que tinha de fugir da realidade, esconder-se naquele pequeno mundo dentro de si. Ele era um ilusionista, das palavras fazia truques, das frases fazia magia, esse era o seu dom, era nisso que acreditava. Mas a vida é muito mais que histórias que se contam na ponta dos dedos, no bico do lápis. Na verdade ele enganava-se e acabava enganando e iludindo aqueles que o seguiam. A vida é muito mais cinzenta que os cenários que pintava, muito mais dura que as paredes do seu teatro de papel, muito mais fria que aquela luz sobre a qual escrevia. A vida cobra as ausências, os esquecimentos e sobretudo cobra do corpo a dor dos que tendem a fugir dela. Afinal ele não passava de um sonhador que um dia acordou.




 


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